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JC ANJOS PUBLICO
Etiquetado 55 páginas, coleção Ágora, das 9h às 21h entrada franca. Local: Centro Cultural Banco do Brasil., editora Pazulin, embra-te de que sou Medéia – Medea nunc sum Isabelle Stengers, Exposição de 23 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013. Terça a domingo, Solitário Anônimo – documentário. dirigido por DeboraDiniz. 18
ABOUT | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE About. This is an example of a page. Unlike posts, which are displayed on your blog’s front page in the order they’re published, pages are better suited for more timeless content that you want to be easily accessible, like your About or Contact information. Click the Editlink to
DICAS | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE Pelo contrário, cada obra carrega uma legenda que transporta ao expectador não informações da obra legendada, mas questões que irão despertar neste a sua própria subjetividade e autoquestionamento de sua relação com o objeto ali presente e até mais do que isso, sua relação com o mundo. ARTISTA | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões do A TRAGÉDIA NOSSA DE CADA DIA. Algumas pessoas odeiam a tragédia. Outras a adora tanto que não conseguem imaginar suas vidas sem ela. Confesso que eu gosto da tragédia. Mas não da maneira convencional. Não daquela forma que as pessoas costumam fazer tal qual Cristo em seu calvário. A minha tragédia é grega. Ela é grega. Mas não parteROBERT RAUSCHENBERG
Um ano depois em que a família de Bukowski se instala na América e o ano em que antecede o nascimento de Robert Rauschenberg (1925 – 2008), é publicado em 1924, por André Breton (1896 — 1966), o manifesto surrealista, que mantendo a quebra de paradigmas anteriormente proposta subjetivamente pelo Dadaísmo que por sua vez procura quebrar as correntes institucionais dosRIO DE JANEIRO.
Este é um momento bastante interessante no que diz respeito à arte latina aqui na cidade do Rio de Janeiro. E de fato precisamos olhar mais para dentro do nosso amado continente e ver que existem coisas muito mais interessantes até do que o que estamos acostumados a ver no além mar e principalmente “para o alto”. ARTE E TECNOLOGIA: INTERAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E O …TRANSLATE THISPAGE
Introdução: O presente texto tráz a historicidade da cultura dentro do âmbito das artes. Seu conceito empregado como sentido tecnológico de interação entre o público e a arte; Sua jornada surgida na aurora da humanidade; Como a sua tecnologia irá se comportar diante da interação arte e publico, tal como a localização do artistaSOLITÁRIO ANÔNIMO
Solitário Anônimo – documentário. dirigido por Debora Diniz. 18 minutos. Brasil. Uso aqui as mesmas considerações de inicio de texto que usei nos comentários sobre o livro Lembra-te de que ou Medéia.Os poucos 18 minutos desse documentário não são de forma alguma desperdiçados por esta competente diretora que aqui participa como uma voz sussurrante a questionar ao nosso anônimo se O CRIME DO FUNK CARIOCA “O funk não é modismo É uma necessidade É pra calar os gemidos que existem nessa cidade”- Rap do Silva Bob Rum Se existe algo perigoso no funk carioca é porque ele reclama sua própria existência. Seu grito é o grito dos despossuídos. Dos sem teto. Dos assalariados. Dos indigentes que são encontrados semJC ANJOS PUBLICO
Etiquetado 55 páginas, coleção Ágora, das 9h às 21h entrada franca. Local: Centro Cultural Banco do Brasil., editora Pazulin, embra-te de que sou Medéia – Medea nunc sum Isabelle Stengers, Exposição de 23 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013. Terça a domingo, Solitário Anônimo – documentário. dirigido por DeboraDiniz. 18
ABOUT | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE About. This is an example of a page. Unlike posts, which are displayed on your blog’s front page in the order they’re published, pages are better suited for more timeless content that you want to be easily accessible, like your About or Contact information. Click the Editlink to
DICAS | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE Pelo contrário, cada obra carrega uma legenda que transporta ao expectador não informações da obra legendada, mas questões que irão despertar neste a sua própria subjetividade e autoquestionamento de sua relação com o objeto ali presente e até mais do que isso, sua relação com o mundo. ARTISTA | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões do A TRAGÉDIA NOSSA DE CADA DIA. Algumas pessoas odeiam a tragédia. Outras a adora tanto que não conseguem imaginar suas vidas sem ela. Confesso que eu gosto da tragédia. Mas não da maneira convencional. Não daquela forma que as pessoas costumam fazer tal qual Cristo em seu calvário. A minha tragédia é grega. Ela é grega. Mas não parteROBERT RAUSCHENBERG
Um ano depois em que a família de Bukowski se instala na América e o ano em que antecede o nascimento de Robert Rauschenberg (1925 – 2008), é publicado em 1924, por André Breton (1896 — 1966), o manifesto surrealista, que mantendo a quebra de paradigmas anteriormente proposta subjetivamente pelo Dadaísmo que por sua vez procura quebrar as correntes institucionais dosRIO DE JANEIRO.
Este é um momento bastante interessante no que diz respeito à arte latina aqui na cidade do Rio de Janeiro. E de fato precisamos olhar mais para dentro do nosso amado continente e ver que existem coisas muito mais interessantes até do que o que estamos acostumados a ver no além mar e principalmente “para o alto”. ARTE E TECNOLOGIA: INTERAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E O …TRANSLATE THISPAGE
Introdução: O presente texto tráz a historicidade da cultura dentro do âmbito das artes. Seu conceito empregado como sentido tecnológico de interação entre o público e a arte; Sua jornada surgida na aurora da humanidade; Como a sua tecnologia irá se comportar diante da interação arte e publico, tal como a localização do artistaSOLITÁRIO ANÔNIMO
Solitário Anônimo – documentário. dirigido por Debora Diniz. 18 minutos. Brasil. Uso aqui as mesmas considerações de inicio de texto que usei nos comentários sobre o livro Lembra-te de que ou Medéia.Os poucos 18 minutos desse documentário não são de forma alguma desperdiçados por esta competente diretora que aqui participa como uma voz sussurrante a questionar ao nosso anônimo se O CRIME DO FUNK CARIOCA “O funk não é modismo É uma necessidade É pra calar os gemidos que existem nessa cidade”- Rap do Silva Bob Rum Se existe algo perigoso no funk carioca é porque ele reclama sua própria existência. Seu grito é o grito dos despossuídos. Dos sem teto. Dos assalariados. Dos indigentes que são encontrados sem ARTISTA | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões do LAND ART | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões doLÍNGUA PORTUGUESA
No texto A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica, Walter Benjamin, através do surgimento da fotografia vai falar da quebra dessa aura que envolvia a obra de arte, principalmente das obras clássicas.No outro extremo da história da arte o site specific parte para o campo ampliado da galeria como interação espacial.Apreendendo inclusive o que estaria fora do cubo branco. REFLEXÃO | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE Lembra-te de que sou Medéia – Medea nunc sum Isabelle Stengers, editora Pazulin, 55 páginas, coleção Ágora. Sou muito grato a minha ex-coordenadora, diretora de teatro e atualmente diretora do Instituto de Artes da UERJ, Denise Espirito Santo por me indicar este livro na época em que ela planejava fazer uma peça contemporânea sobre ou que fosse baseada nos moldes do mito de ANTONY | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões doOBRA DE ARTE
O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões doA BEBEL ABREU
Este é um momento bastante interessante no que diz respeito à arte latina aqui na cidade do Rio de Janeiro. E de fato precisamos olhar mais para dentro do nosso amado continente e ver que existem coisas muito mais interessantes até do que o que estamos acostumados a ver no além mar e principalmente “para o alto”. AGOSTO | 2012 | JC ANJOS PUBLICOTRANSLATE THIS PAGE 6 posts publicados por Jc Anjos publico durante August 2012 EXPRESSÕES LATINAS DESFILAM PELO RIO Este é um momento bastante interessante no que diz respeito à arte latina aqui na cidade do Rio de Janeiro. E de fato precisamos olhar mais para dentro do nosso amado continente e ver que existem coisas muito mais interessantes até do que o que estamos acostumados a verno além mar e
JC ANJOS PUBLICO
Lembra-te de que sou Medéia – Medea nunc sum Isabelle Stengers, editora Pazulin, 55 páginas, coleção Ágora. Sou muito grato a minha ex-coordenadora, diretora de teatro e atualmente diretora do Instituto de Artes da UERJ, Denise Espirito Santo por me indicar este livro na época em que ela planejava fazer uma peça contemporâneasobre ou
JC ANJOS PUBLICO
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nov 25 2012
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reflexão
EXPOSIÇÃO IMPRESSIONISTA, MITO DE MEDÉIA E UM DOCUMENTÁRIO QUE NO MÍNIMO SOA INTRICADO SÃO OS PONTOS PRINCIPAIS DESTA RESENHA QUE FAZ CONVITE À REFLEXÃO. _LEMBRA-TE DE QUE SOU MEDÉIA – MEDEA NUNC SUM_ _ ISABELLE STENGERS, EDITORA PAZULIN, 55 PÁGINAS, COLEÇÃO ÁGORA._ Sou muito grato a minha ex-coordenadora, diretora de teatro e atualmente diretora do Instituto de Artes da UERJ, _DENISE ESPIRITO SANTO_ por me indicar este livro na época em que ela planejava fazer uma peça contemporânea sobre ou que fosse baseada nos moldes do mito de Medéia. Lamentavelmente, o projeto não foi adiante. Ela havia emprestado (aos envolvidos) este pequeno livreto de pouquíssimas páginas, mas que, acreditem, vale mais do que muitos livros de mil páginas existentes por aí. O livro de _ISABELLE STENGERS_ é teórico. Mas por se tratar do campo teatral sua poética é livre e descompromissada do academicismo. Ele vai tratar do mito de Medéia totalmente abdicado do drama como futilidade. Não é o ato dela que vamos julgar, mas as suas razões e é aqui que encontraremos a sua beleza. Medéia não foi egoísta diante de seus atos. E por isso não devemos julgar seus atos como atitudes mesquinhas. Ela simplesmente se fez ouvir. Foi tanto que seu grito ecoou em nossa contemporaneidade. Quem mais não o faria sob o risco de ser apagada da história? Da vida na polis? Um livro histórico, mas ao mesmo tempo contemporâneo, pois trata da mulher pós-moderna. Sua importância nas várias funções sociais e existenciais na qual está submetida. Sua reclamação póstuma a morte de gaia pelo deus monoteísta judaico-cristão; construído cuidadosamente pelo patriarcado vigente em nossa visão ocidentalizada e que na qual a mulher aqui é tratada justamente pela escritora como sacerdotisa dessa deusa Elemental. Em suma, Lembra-te de que sou Medéia é um livrinho pequeno, mas pungente. Que deve ser lido por todas as mulheres, pois, estas precisam se reconhecer e reclamar sua existência no mundo atual assim como também deve ser lido por todos os homens para que pensem muitas e muitas vezes antes de atentarem qualquer coisa contra estas verdadeiras divindades vivas que são nossas Medeias de cada dia. Detalhe de O Tocador de Pífano, de Édouard Manet/Reprodução EXPOSIÇÃO DE 23 DE OUTUBRO DE 2012 A 13 DE JANEIRO DE 2013. TERÇA A DOMINGO, DAS 9H ÀS 21H ENTRADA FRANCA. LOCAL: CENTRO CULTURAL BANCODO BRASIL.
Tive que tomar coragem ao largar da livraria onde trabalho seis horas por dia para encarar a exposição _IMPRESSIONISMO – PARIS E A MODERNIDADE. OBRAS PRIMAS MUSÉE D’ORSAY._Aqui não vou me ater a detalhes da exposição por julgar que de fato não vale tanto a pena. Minha frustração ainda foi maior porque além das minhas seis horas em que TRABALHO EM PÉ, ainda tive QUE ENCARAR MAIS DUAS HORAS E MEIA EM PÉ PARA ENTRAR NO PRÉDIO E OUTRAS 30 PARA ADENTRAR AS SALAS DE EXPOSIÇÕES. Isso tudo para que as minhas expectativas e assim acredito a dos outros milhares de expectadores que diariamente saem de suas casas para visitar os nossos impressionistas não fossemcorrespondidas.
A começar pela má distribuição dos quadros. Alguns até uma vã tentativa absurda de nossa contemporaneidade de se encontrar diálogos de pintores como Monet e um outro pinto que como menor importância – e não porque este tem menos importância no cenário impressionista mas dada a importância aos mais “importantes impressionistas” segundo nossos critérios atuais. O que quero de dizer que este diálogo desnecessário era como eu disse antes, uma vã tentativa de apresentar-se pelo tema e não simplesmente pela cena impressionista que já estaria de bom tamanho. Tenta-se diminuir a escala de importância de Monet para com esse pintor que infelizmente não me recordo mas como se fosse de fato necessário por em diálogo como compensação. Acho que isso não importaria porque cada impressionista tem de fato sua importância. Outro detalhe é que a própria história do museu fica retida apenas na primeira parte da exposição onde poderia ter sido mais explorada dada a sua importância histórica. Mas o maior agravante é sem duvida as PAREDES DE VIDRO colocadas sobre as telas, presas as molduras que separavam a pintura do expectador. Por si só tal iniciativa dos organizadores do evento já soa como uma total desconsideração há um publico que penou durante várias horas na fila de espera. Alguns até conformados vão alegar que tal medida de segurança se justifica por expor a obra a algum indivíduo que queria “tocar” a tela e assim macular seu incalculável valor. Mas acho que tal justificativa não serve. Assim como o CCBB e o próprio museu montaram um verdadeiro aparato em nível de segurança nacional estadunidense. A ponto de sermos advertidos até mesmo em respirar próximo ao vidro protetor das telas e sem contar das placas divisórias que delimitam o expectador e ainda de quebra possuem climatizadores para manter tais obras em temperatura ambiente protegidas do nosso clima tropical.Report this ad
A verdade é que, até entendendo que há um interesse dos colecionadores por preservarem seus patrimônios se é que existem tais atores. Até onde eu sei o _MUSÉE D’ORSAY_recebeu importantes quadros de colecionadores, ou seja, talvez estejamos falando de quadros sob domínio do âmbito privado. Acho que no fundo há esta superestima e solenidade que envolve toda a aura da obra de arte que tão bem fora observada por Walter Benjamim. Um superestima que talvez tenha ido de encontro aos principais envolvidos e que não estão mais aqui para reclamar o que na verdade se tornou patrimônio da humanidade conservadora: OS PRÓPRIOS ARTISTAS IMPRESSIONISTAS. _SOLITÁRIO ANÔNIMO – DOCUMENTÁRIO._ _DIRIGIDO POR DEBORA DINIZ._ _18 MINUTOS. BRASIL_ Uso aqui as mesmas considerações de inicio de texto que usei nos comentários sobre o livro _LEMBRA-TE DE QUE OU MEDÉIA_. Os poucos 18 minutos desse documentário não são de forma alguma desperdiçados por esta competente diretora que aqui participa como uma voz sussurrante a questionar ao nosso anônimo se o mesmo “sabe o que é morrer” sem julgamentos moralistas ou preconcebidos. Um documentário que de fato diz muito do que muitos documentários deduas horas.
Não vou me aprofundar. Quando este vídeo me foi recomendado não acreditei que me causaria tanto impacto, por coincidência encontrei na mesma ocasião uma matéria em uma revista de filosofia com a matéria do médico e filósofo _FLÁVIO PARANHOS_ (FILOSOFIA CIÊNCIA & VIDA, ANO VII, NÚMERO 75, OUTUBRO DE 2012). O que vou deixar aqui são questões como a intervenção do Estado no direito de morrer, de exigir um nome aos “Josés” analfabetos do nosso mundo de aparências. O mal estar que nos primeiros minutos achei que seria nas imagens do filme que apenas foram engodos e a verdadeira náusea nos é provocada diante de nossa impotência ante ao peso da vida sobre nossa individualidade. Individualidade esta cujo pacto é quebrado quando nossas identidades como numero são rasgadas e nosso nome negado. Paradoxo? Não. O nosso sentido de identidade como seres sociais, políticos e privados é em prol a uma coletividade que nos põem a prova o tempo todo. Mas talvez seja mais que isso. Nossa instrução não salva nossas almas. Pelo contrário, condena. Chegamos ao topo do mundo e olhamos para baixo. Para o abismo filosófico de nossa existência e ficamos fracos diante do sublime. Resultado: se não temos coragem de nos matar não é por causa de uma crença tola em um poder supremo, mas por puro instinto de sobrevivência. Diante disso nosso _SOLITÁRIO ANÔNIMO _se não teve a coragem “japonesa” de cometer tal ato ao menos “jogou-se fora” ao jogar seu próprio passado e seu nome. Entregue a um futuro de incertezas onde o mesmo ansiava por morrer e assim se deixou a essa contingencia seu passado não passa de “um montante de lixo” e o seu preso o simples “real”. Longe de criticar nosso solitário anônimo, critico aqui mais uma vez o Estado que também com seus paradoxos tira o direito constitucional e individual de alguém optar pela morte solitária enquanto muitos outros contribuintes em estados terminais e EMERGÊNCIAS MORREM COMO MOSCAS NOS CORREDORES DOS HOSPITAIS PÚBLICOS de nosso ordeiro e progressivo país. Desculpe a ironia, pessoal, mas aqui a ironia é mais suave que a ira.Anúncios
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coleção Ágora
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das 9h às 21h entrada franca. Local: Centro Cultural Banco do Brasil.,
editora Pazulin
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embra-te de que sou Medéia – Medea nunc sum Isabelle Stengers,
Exposição de 23 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013. Terça adomingo
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Solitário Anônimo – documentário. dirigido por Debora Diniz. 18minutos. Brasil
ago 25 2012
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História da Arte.
EXPRESSÕES LATINAS DESFILAM PELO RIO Este é um momento bastante interessante no que diz respeito à arte latina aqui na cidade do Rio de Janeiro. E de fato precisamos olhar mais para dentro do nosso amado continente e ver que existem coisas muito mais interessantes até do que o que estamos acostumados a ver no além mar e principalmente “para o alto”. Para o Norte. Temos neste fim de semana o grupo musical MALDITA BOHEMIA, do Chile e estará presente na 6ª EDIÇÃO DE ATROCIDADE MARAVILHOSA (cartaz acima). O grupo, como condiz o nome, trás canções de bar. Em seu videoclipe (abaixo) podemos sentir o clima de sua musica toda executada em uma taberna solitária de Santiago e tocará no dia25/08 NO EVENTO.
Já no , CENTRO CULTURAL CAIXA ECONÔMICA FEDERALtemos a exposição
que começou no DIA 10 DE JULHO E VAI ATÉ 09 DE SETEMBRO, MACANUDISMO, QUADRINHOS, DESENHOS E PINTURAS DE LINIERS. Graças a BEBEL ABREU (além de curadora é fã assumida) temos exposto obras de um filho da geração fanzine e quadrinista (clique aqui e de uma olhada no site da curadora). LINIERS
é argentino e nos presenteia com tirinhas (publicações suas de um longo período como colaborador de jornais). Esboços, cadernos de viagens. Enfim, todo um processo de criação que não estamos acostumados a tomar conhecimento do universo dos quadrinhos por justamente esta arte ainda viver o estigma do Kitsch. Confesso que senti um pouco de falta dos fanzines nesta exposição, mas enfim, ainda falta muito chão para trilhar… E você não perca estes eventos. abaixo uma palinha do que te espera. ETIQUETADO a Bebel Abreu,
argentino
, arte
contemporânea
,
arte latina
,
Atrocidade Maravilhosa,
canções de bar
,
Centro Cultural Caixa Econômica Federal,
costumes
,
desenhos e pinturas de liniers,
eventos
,
exposição
,
fanzine
,
história da arte
,
Kitsch ,
Macanudismo
,
maldita bohemia
,
Quadrinhos
,
quadrinista
,
Rio de Janeiro.
ago 25 2012
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,
História da Arte.
OS CORPOS PRESENTES DE ANTONY GORMLEY Intervenções urbanas; _Land Arts_; instalações; pessoas do cotidiano que se tornam colaboradores e colaboradores que se tornam parte da obra ou do próprio artista; maquetes que se tornam objetos de estudos e por sua vez estes objetos de estudos tornam-se objetos de arte. É o que te aguarda neste vastíssimo trabalho do escultor inglês _ANTONY GORMLEY_, chamado STILL BEING (“corpos presentes” em português). Exposição que vai até o dia 23 DE SETEMBRO DE 2012 no CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL – CCBB.
Apesar do título dessa exposição, sentimos que os trabalhos do artista nos transmitem o contrário através da ausência, da impressão ou simplesmente de profunda solidão e desamparo. É o que sentimos ao ver trabalhos como nesta possível intervenção no cenário natural ou em instalações como Iron Baby (foto abaixo) cuja peça foi moldada do corpo do próprio filho do artista. O artista, escultor por formação, nos mostra que não existem limites ou zonas de segurança para o artista e que este deve sempre se reinventar a cada trabalho. É no campo ampliado da própria escultura que Gormley nos convida a um fascinante mundo em que o corpo, apesar do título sugerido da exposição, às vezes nos passa a sensação do contrário: de que, apesar das impressões do corpo presente, o que de fato se encontra ali é simplesmente a ausência. É o que sentimos quando vemos em _AMAZONIAN FIELD_, 1992 em que pessoas até então desconhecidas colaboraram em seu trabalho de pequeninas esculturas de barro e que ocupam uma sala inteira do CCBB, mas que não fica nisso, em uma espécie de ante-sala, podemos observar fotografias destas pessoas (oriundas da Amazônia), expostas hora como objetos de arte, ora nos parece como que assinaturas de uma possível co-autoria. Maquetes de um anjo _“ANGEL’S NORTH”_ e de um crucifixo de pedra “_FLESH_” reforçam esta idéia do corpo presente, mas ao mesmo tempo ausente. Outro fator interessante desta exposição é referente ao assunto que abordei no texto ARTE E TECNOLOGIA: INTERAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E OOBJETO DE ARTE
sobre
a legenda em exposições. Antomy se valeu desse recurso e é interessantíssimo. Ao contrário do que muitos puritanos achavam as legendas em especial desta exposição não revelam a obviedade e também não se atém as questões técnicas. Pelo contrário, cada obra carrega uma legenda que transporta ao expectador não informações da obra legendada, mas questões que irão despertar neste a sua própria subjetividade e autoquestionamento de sua relação com o objeto ali presente e até mais do que isso, sua relação com o mundo. Ainda está em tempo de você mesmo trazer novos sentimentos e entendimentos a esta coluna indo na exposição. Vale a pena visitar e a entrada é franca.ETIQUETADO Antony
, arte
, arte
contemporânea
,
artista
, baby
, corpos
presentes
,
costumes
,
Gormley
,
história da arte
,
instalações
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intervenções
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iron , land
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legendas
, museu
, obra de
arte
,
publico arte
,
Rio de Janeiro.
,
sitll being
,
walter benjamin
ago 09 2012
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A TRAGÉDIA NOSSA DE CADA DIA. O urso Pidão – Personagem clássico do desenho do pica-pau que até hoje reprisa nas tvs brasileiras – é um arquétipo bem caricatural mas que está bastante presente no nosso imaginário popular no que diz respeito há maneira como enxergamos a população de rua. Algumas pessoas odeiam a tragédia. Outras a adora tanto que não conseguem imaginar suas vidas sem ela. Confesso que eu gosto da tragédia. Mas não da maneira convencional. Não daquela forma que as pessoas costumam fazer tal qual Cristo em seu calvário. A minhatragédia é grega.
Ela é grega. Mas não parte de um fundo puramente emocional. Ela é também encenada. Por isso muitas pessoas não acreditam em mim e na maioria das vezes não me levam a sério. Acham que o simples fato deu invocar a tragédia e rir da cara dela tal qual rimos para o fundo do abismo, julgam que talvez eu não carregue sentimentos e a na maioria das vezes, me dispensam maiores considerações. Mas isso não é uma característica exclusivamente minha. Certa vez, eu estava com um amigo de faculdade no intervalo de nossas aulas, em um barzinho nas imediações, almoçando. De repente, um morador de rua aproximou-se de nós e começou a chorar pedindo que déssemos uma das guloseimas que estávamos ali consumindo. Era de se espantar as lamentações e seus olhos cheios de lágrimas. Eu dei uma boa parte do que eu estava consumindo. Ele de repente limpou as lágrimas, cessou suas lamentações e parecia que não havia sofrido. Já vi pessoas usarem de tal técnica para pedir dinheiro e até cigarros. Mas achei nobre da parte desse nômade urbano invocar seus arquétipos (se for o caso dele realmente não estiver sofrendo) em uma cidade que muitos o invocam por motivos tão fúteis e egoístas. A fome e a vontade de viver, já li isso nos grandes filósofos, é a força mais poderosa da terra. Incluo dentro da vontade de viver a fome sexual. Mas isso é outra história. A beleza de invocar esses arquétipos para interpretar sua própria tragédia é bem mais bela que a vivenciá-la de fato e faço votos que realmente aquelas lágrimas do ambulante sejam fingidas e por serem fingidas pelo meio que elas foram usadas são admiráveis. Se tratando disso, nenhuma oficina de teatro o ensinou a fingir ou trabalhar tais arquétipos. Prova mais concreta que a arte está em qualquer um. Por isso Nietzsche diz que é a arte que faz o gênio e se a arte faz o gênio não existe oficio ou sequer um status contemporâneo para o autoproclamado artista. Se não existe status, não existe crítica da arte e se não existe critica da arte, o que estou fazendo no meu curso de história da arte? Sinceramente, não sei. Mas preciso tomar uma decisão. O meu amigo urbano me ensinou mais do que estes dois anos e meio defaculdade.
ETIQUETADO A tragédia nossa de cada dia,
arquétipos
,
arte ,
artista
, grega
, língua
portuguesa
,
morador de rua
,
nietzsche
,
pica-pau
ago 09 2012
Deixe um comentárioHistória da Arte.
BREVE ANÁLISE DAS OBRAS DE BUKOWSKI E RAUSCHENBERG ATRAVÉS DE SUAS TRAJETÓRIAS CRONOLÓGICAS._INTRODUÇÃO:_
Meu objetivo é bastante simples como propõe o título do meu trabalho. Apresentarei comparando dois artistas de áreas completamente diferentes: Do campo literário Charles Bukowski e no campo visual Robert Rauschenberg. Aparentemente nos parece impossível fazer uma ligação analítica entre estes dois artistas de realidades sociais um pouco diferenciadas. Enquanto Bukowski sofrera sua descentralização geográfica através de um êxodo no período entre guerras da Alemanha para Estados Unidos, Rauschenberg, nascido no Texas, lidaria com o período da grande depressão. Vindo a fazer alguns de seus cursos na Europa. Mas assim como quase todos os artistas Século XX, as transformações da primeira metade desse século na arte moderna torna-se praticável uma análise ainda que de impressão isolacionista desses artistas. O próprio Rauschenberg seria grande influência no que viria a ser arte pós-moderna ao preceder aprópria pop art.
Começarei por este estudo histórico entre a realidade social e as transformações artísticas. Depois farei uma comparação de seus respectivos trabalhos de uma forma superficial aos vários movimentos artísticos desse período século. Assim como passarei a fazer uma análise mais detalhada de suas obras dentro de uma perspectiva sociológica e privada que culminará com os jogos fetichistas dessas obras diante de um comportamento antropológico. _CRONOLOGIA BIOGRÁFICA:_ Parece irônico uma biografia como a de Charles Bukowski (1920 – 1994) começar justamente no ano em que é validada a lei seca nos Estados Unidos em 1920 e por se tratar justamente dele, um alcoólatra assumido. Verdadeiramente nascera numa Alemanha que recentemente ao seu nascimento havia perdido uma guerra e sua realidade social estava totalmente despedaçada pelas reformas políticas e bélicas impostas pelos países aliados vencedores ao que ficou chamado de tratado de Versalhes. Tratado esse que fora criado exatamente um ano antes de seu nascimento. Também naquele mesmo ano do tratado, a Bauhaus era fundada e vemos a primeira exposição Dadaísta em Berlim, mesmo que ainda que de uma forma quase clandestina ou quase de assalto. Talvez tenha sido o motivo da crise que assolava a Alemanha e a iminência de uma guerra que fizeram com que a família de Bukowski viesse aportar na América do Norte e viver doravante no subúrbio de Los Angeles quando Charles Bukowski ainda contava três anos de idade. Seu pai era um soldado americano casado com sua mãe, uma jovem Alemã que possivelmente tal encontro só teria acontecido por consequência da guerra e da vitória dos EUA no lado aliado e ocupação provisória no território alemão. Um ano depois em que a família de Bukowski se instala na América e o ano em que antecede o nascimento de Robert Rauschenberg (1925 – 2008), é publicado em 1924, por André Breton (1896— 1966
), o manifesto surrealista, que mantendo a quebra de paradigmas anteriormente proposta subjetivamente pelo Dadaísmo que por sua vez procura quebrar as correntes institucionais dos movimentos anteriores, irão exercer, posteriormente, enorme impacto na formação de Rauschenberg. Numa forma geral, as transformações históricas e artísticas no inicio do século XX serão essências para compreensão de trabalho. A começar pelo ano de seu nascimento no ano de 1925, apesar da Bauhaus ter sido fechada em Weimar, sua influencia iria ecoar nos anos que se seguiriam ao encontro de JOSEF ALBERS (1888 – 1976), artista formado na Bauhaus que nos anos seguintes iria fazer parte, na condição de mestre, da formação artística de Rauschenberg na Black Mountain Colegge. Assim como Bukowski, Rauschenberg tinha sua origem Europeia e Americana no que diz respeito a sua ascendência: anglo-saxão e cherokee. _INICIO DAS ATIVIDADES ARTÍSTICAS E RESPECTIVAS REALIDADES SOCIAIS:_ Na década de 1950 Rauschenberg começa seus trabalhos com sua técnica inovadora _Combine Paiting_, que irá usar, além da pigmentação, objetos do cotidiano. Tais trabalhos de Rauschenberg sugeriam o expressionismo abstrato por propor uma quebra na linha divisora que havia entre a pintura e a escultura. Essa classificação fora incorporada principalmente após 1929 na grande depressão (como ficou conhecida a quebra na bolsa de Nova Yorque), mas o que estava ocorrendo naquele momento era uma estética que iria preceder a PopArt.
_MINUTIAE – 1954 (FREESTANDING COMBINE), RAUSCHENBERG, ROBERT._ Aparentemente do distanciamento social entre Charles Bukowski e Robert Rauschenberg, os fatores históricos no inicio do século XX acima citado, é um ponto de entendimento não só de Rauschenberg, mas do próprio Bukowski, se tratado de sues respectivos trabalhos. Enquanto a formação de Rauschenberg seria baseada nos próprios movimentos que antecederam sua trajetória pelo academicismo via artes visuais, Bukowski teria tido maior prejuízo dentro da realidade social e econômica em que se encontrava devido às crises econômicas dos Estados Unidos naquele momento. Durante sua vida literária, teve que subsistir aos mais variados subempregos. Desde frentista de posto da gasolina, frigorifico a funcionário dos correios (onde passou mais tempo). Seu perfil social é bem comparável às personagens do romance gráfico de Will Eisner (1917 – 2005) principalmente em _O Edifício_ (1987) e _Um contrato com Deus e outras histórias do cortiço_ (1978), assim como as personagens de seus próprios livros: imigrantes Europeus do período entre guerras que se instalam nos subúrbios norte americano sem direito a cidadania. Trata-se exatamente da descentralização social e pátrio desses imigrantes europeus na sociedade norte americana. Bukowski somente começaria a ter certo reconhecimento a partir da década de 1980 e sua primeira publicação que se tem noticia, ocorrera em 1955 apesar de escreverdesde 1944.
_“EU TRABALHAVA NO DEPARTAMENTO DE EXPEDIÇÃO DE UMA FIRMA DE ACESSÓRIOS E PEÇAS DE AUTOMÓVEL E O SALÁRIO MAL DAVA PARA ATENDER AS DESPESAS. MINHAS ÚNICAS ALEGRIAS CONSISTIAM EM COMER, TOMAR CERVEJA E IR PARA A CAMA COM SARAH. NÃO ERA O QUE SE PODERIA CHAMAR DE VIDA FOLGADA, MAS CADA UM DEVE SE CONTENTAR COM O QUE TEM. E SARA ESTAVA LONGE DE SER UM PRATO DE SE JOGAR FORA. (…)” – QUINZE CENTÍMETROS (PAG. 37) – BUKOUSKI, CHARLES._ _ESPÍRITO BEAT EM ESPAÇO DELIMITADO:_ As personagens de suas prosas são de cunho biográfico apesar de suas representações fantásticas a realidade parecerem de certo ponto absurdas. Sua linguagem escrita segue os mesmos moldes de desprendimento lógico com a geração Beat. Porém seu coloquialismo somado com o absurdo herdado do surrealismo o coloca como uma inovação transcendental entre o popular e o distanciamento da literatura acadêmica. Enquanto a geração Beat rompia sua linguagem literária, vivendo as experiências do dadaísmo e do surrealismo, na mesma proporção em que singrava o país e rompia fronteiras geográficas, Bukoswski e Rauschenberg aprofundavam-se no microcosmo da urbanidade e da vida privada expondo as fronteiras sociais. Expondo às vezes o consumismo naquilo em que se encontrava nas latas de lixo ou nos bares, depósitos de desesperançados. Bukowski, para falar da mesma persona social de Jack Kerouac, não precisou ir longe, para o México, encontrar com _Tristessa_ como fez Jack Kerouac( 1955-1956, publicada 1960). Bastou olhar mesmas mazelas do terceiro mundo encarnada em sua realidade social na personagem de _Cass _(A mulher mais linda da cidade. Publicado pela primeira vez aqui no Brasil em 1984). Da mesma forma, assim como Tristessa, Cass era descentralizada por sua própria descendência indígena (assim também como o próprio Bukowski de suas origens) do sistema capitalista primeiro mundista. Rauschenberg, por sua vez iria expor o consumismo de uma sociedade capitalista tingindo em sua materialidade por vezes tridimensional as cores vivas e alegres do que viria a ser a pop art. A partir daí a produção industrial estaria ligada ao kitsch e este ultimo elevado a um novo patamar do consumismo da arte. _ELEMENTOS DA URBANIDADE: VIDA PRIVADA E FETICHISMO._ O fetichismo que apresentarei aqui foge um pouco do âmbito da arte, mas ainda dentro do sistema de castração analisado por Freud. Longe do fetiche da aura, do exótico ou de qualquer vontade de poder pelo objeto inalcançável. Talvez esteja próximo da sexualidade e do mistério das “formas admiradas com as formas desejadas” como diria André Malraux. Do que está dentro do imaginário coletivo e davida privada.
_BED – 1955 RAUSCHENBERG, ROBERT._ Da série combine paiting ou combinação, temos este trabalho de Rauschenberg (_Bed_) cuja sua materialidade compõe lençóis e colchões de cama. Suas tintas estão dispostas como que “manchadas” sobre os tecidos. Alguns relatos afirmam que o próprio Rauschenberg se apropriou de suas peças de cama. Tais relatos podem fazer parte da própria composição da obra como que para alimentar a aura fetichista a sua volta. Não somente em sua materialidade, mas o que pode estar ali como impressão de uma possível ação. A intimidade exposta. Extraída do âmbito privado elevado ao âmbito social. Sua visão urbana do microcosmo de nossas intimidades expostas na urbe antes que a coleta de lixo as leve para a exposição, por enquanto, sem espetáculo, maior da polis: O lixão. No texto “_Quinze Centímetros”, _do livro _Crônicas de Um Amor Louco_, de Charles Bukowski, o fetichismo parte do coletivo da urbanidade e vai se desenrolar dentro do privado. _Henry Markson Jones Jr._ – alter-ego de Bukowski – conhece Sarah numa festa de confraternização na empresa onde ambos trabalhavam e passam a viver juntos mesmo contrariando os avisos de seus colegas de trabalho de que Sarah, supostamente seria uma bruxa e talvez fosse responsável pelo sumiço de dois outros funcionários. Henry interpreta como protestos de inveja por ele ter “fisgado” a mulher mais bonita da empresa. O que ele vai descobrir em sua intimidade com Sarah é exatamente o absurdo a que antes fora advertido pelos colegas. Ao aceitar a imposição de Sarah em perder peso, Henry percebe que além de perder peso, está perdendo altura. Consequentemente ele é demitido de seu emprego (Sarah havia pedido demissão do mesmo emprego na semana em que foi viver com Henry) sob a alegação de “não estar mais em condições de dar conta do serviço.”. O que se segue é a perda da altura de Henry até 15 centímetros obrigando-o conviver preso dentro de casa com Sarah. A partir daí começa um verdadeiro jogo sexual entre o fetiche de Sarah e o “objeto” em que se tornouHenry.
Aparentemente, esse conto parece apresentar o fetiche sexista e machista de seu autor. Mas é perceptível a sua submissão como objeto diante do desejo feminino. _“MAS COMO IA DIZENDO, UNS 3 MESES DEPOIS DO CASAMENTO COMEÇOU A FAZER AQUELES COMENTÁRIOS SOBRE O MEU PESO. A PRINCIPIO SE LIMITOU A PEQUENAS OBSERVAÇÕES BEM HUMORADAS, DEPOIS PASSARAM A FICAR ESCARNINHOS. UMA VEZ CHEGUEI EM CASA E ELA ORDENOU:_ _– TIRA ESSA ROUPA DE MERDA!_ _– COMO É QUE É, MEU BEM?_ _– VOCÊ OUVIU PERFEITAMENTE O QUE EU DISSE, SEU PESTE! TIRA TUDO DEUMA VEZ!_
_A SARAH QUE ESTAVA DIANTE DE MIM ERA MEIO DIFERENTE DA QUE EU CONHECIA. DESPI A ROUPA E A CUECA E JOGUE TUDO EM CIMA DO SOFÁ. ELA FICOU ALI, ME ENCARANDO FIXAMENTE._ _– HORRÍVEL – DECRETOU – , SÓ MERDA E MAIS NADA!_ _– O QUÊ, MEU ANJO?_ _– EU DISSE QUE VOCÊ ESTÁ TÃO GORDO QUE MAIS PARECE UM SACO CHEIODE MERDA!_
_– ESCUTA MEU BEM, O QUE É QUE HÁ? VOCÊ ACORDOU COM VONTADE DEARRASAR COMIGO?_
_– CALA A BOCA! ESPIA SÓ ESSAS PELANCAS AÍ NA CINTURA!_ _TINHA RAZÃO. PARECIA HAVER MESMO UMAS PEQUENAS BOLSAS DE GORDURA DE AMBOS OS LADOS, UMAS DOBRAS LOGO ACIMA DOS QUADRIS AÍ ELA CERROU OS PUNHOS E BATEU COM TODA A FORÇA, VÁRIAS VEZES, EM CADA UMA DAS BOLSAS. (…)” – (PAG.39)._ A submissão de Henry não deixa de ser um fetiche individualizado entendo que o fetiche é o nosso desejo em busca de uma realização (ou não) obstruída pela castração. Mas de qualquer forma ele é compartilhado com o desejo fetichista de seu objeto (Sarah). Na prática do autor: Charles Bukowski pratica seu próprio fetiche simplesmente trocando seu alter-ego de posição dominante para dominado com a sua outra personagem Sarah. Analisando no âmbito privado é inevitável deixar de abordar aqui a questão da posição da mulher como sustentáculo da uma hierarquia social montada também pelo âmbito do gênero. Sarah abandona o emprego enquanto Henry continua na sua obrigação de mantedor das despesas da casa, ou seja, ela passa a assumir o anonimato social, porém, mantém o controle social através de Henry. Seu poder se potencializa quando Henry se vê obrigado a abandonar o quadro social e de vez fazer parte do jogo sexual de Sarah, dessa vez somente nesse âmbito privado. _“ESVAZIEI O DEDAL E ENTÃO ACONTECEU UMA COISA NOJENTA – UMA COISA SIMPLESMENTE ASQUEROSA. SARAH ME LEVANTOU DO CHÃO E ME PÔS NO MEIO DAS PERNAS DELA, QUE ENTREABRIU SÓ UM POUQUINHO. AÍ ME VI DIANTE DE UMA SELVA DE PELOS. ENDURECI AS COSTAS E OS MÚSCULOS DA NUCA. PRESSENTINDO O QUE IRIA ACONTECER. ME SENTI ESMAGADO PELA ESCURIDÃO E PELO FEDOR. SARAH SOLTOU UM GEMIDO. DEPOIS COMEÇOU A ME SACUDIR DEVAGAR, PARA FRENTE E PARA A TRÁS. (…) AÍ SARAH DEIXAVA ESCAPAR UM GEMIDO AINDA MAIS FERVOROSO. (…) ESTAVA TOTALMENTE BÊBADA DE VINHO E PAIXÃO. (…)” – PAG. 46._ A partir dali Henry torna-se cativo aos desejos de Sarah, sua única esperança de retornar ao “mundo coletivo” seria eliminando Sarah. Ao eliminar Sarah, o escritor também estaria eliminando uma possível alienação psicótica de seus fetiches para ser “aceito” socialmente? Se tratando de Charles Bukowski, talvez não. O que ele faz apenas é contar um bom conto. A análise fica por nossa conta. E o que ele traça é o quanto a vida urbana está ligada na vida privada através do espetáculo. Da mesma forma que não devemos nos espantar com os exageros fantásticos bukowskiano, também não devemos desacreditar a exposição de _Bed_ de Robert Rauschenberg. Ambos possuem a mesma função: revelar o que já está revelado. Aceitar o que nos é sempre negado. o velho Buk retratado por Robert Crumb no livro de Bukowski _“O Capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio”_ seu ultimo livro escrito. lançado aqui pela L&PM Pocket. abaixo, retrato de Rauschenberg quando jovem ao lado de suascriações.
BIBLIOGRAFIA:
Argan, Giulio Carlo, _Arte Moderna_, 1988, ed. Companhia das Letras,2004;
Osterworld, Tilman; _Pop Art_, ed. Taschen, 2001; Eisner, Will, _Um Contrato com Deus e Outras Histórias do Cortiço_, 1978, ed. Brasiliense, 1995; Eisner, Will, _O Edifício_, 1988; Kerouac, Jack_, __Tristessa_ , novela (1955-1956, publicada1960);
Malraux, André, _O Museu Imaginário_, edições 70, 1965; Bukowski, Charles, Quinze centímetros, 1967, 2009, in: _Crônica de um amor Louco_; ETIQUETADO análise,
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Robert Rauschenberg
ago 09 2012
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História da Arte.
ARTE E TECNOLOGIA: INTERAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E O OBJETO DE ARTE._INTRODUÇÃO:_
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O presente texto tráz a historicidade da cultura dentro do âmbito das artes. Seu conceito empregado como sentido tecnológico de interação entre o público e a arte; Sua jornada surgida na aurora da humanidade; Como a sua tecnologia irá se comportar diante da interação arte e publico, tal como a localização do artista nesse processo. O museu tendo que se estender as galerias para se adequar a novos códigos de entendimentos e cujos códigos, tentaremos entender dentro desse ambiente de interação e espetacularização. Se a quebra da aura no objeto de arte e sua subjetividade dentro do âmbito fotográfico, gerará jurisprudência a obra de arte até aquelemomento.
Walter Benjamin
_O AVANÇO TECNOLÓGICO DO OBJETO DE ARTE EM SI:__ _
Quando falamos sobre Arte e interação, automaticamente fazemos uma análise direta com os mecanismos de tecnologia da era moderna. O que a principio não seria um erro, mas seria preciso entender a tecnologia durante toda a sua caminhada juntamente com a humanidade. Ou seja, entende-la como de fato esta palavra significa em suaetimologia:
_“inicialmente, a palavra CULTURA VEM do __latim__ __colere__, que
significa cultivar.” (__Dicionário Priberam da LínguaPortuguesa)._
_Edward B. Tylor_ vaidefinir como:
_“aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”._ Há uma definição de outro sentido antropológico. Cultura é: “_(…) o conjunto de experiências, realizações e conhecimentos que caracterizam determinado povo, nação ou região. (…)_” (EVANILDO BECHARA – MINIDICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA). Temos também uma definição que mais se aproxima do que pretendo abordar aqui. Que seria o sentido de “técnica” empregada como na agricultura, por exemplo, que se estende a toda produção material seja ela de qual for sua finalidade. Aqui no caso, a cultura empregada na arte. Mas no sentido mais amplo podemos assim dizer que cultura está ligada diretamente às ciências humanas e suas tecnologias desde aurora do homem. Em outras palavras o homem já desenvolvia sua tecnologia antes de se ter total consciência de seu próprio desenvolvimento. Em toda a complexidade que envolve o significado da palavra cultura, temos a religião, a arte e a intelectualidade como transmissores de tecnologia imaterial. A arte torna-se cultura material conforme o próprio desenvolvimento humano. É claro que nessa aurora da humanidade, todos esses elementos culturais estavam ainda intrinsecamente ligados a um único “conceito”, mas que mais tarde, através dos pré-socráticos e depois da filosofia ambientalista platônica e normativa aristotélica, passam a proceder aos conceitos institucionais (aqui vemos a evolução mais clara em termos tecnológicos dessas culturas). Assim, esses conceitos ficam claros dentro de um sistema institucional e social. Mas como é aplicado esse conceito de cultura como evolução tecnológica nessa interação do publico com a arte? É no decorrer da história da arte, assim como na história da humanidade, o objeto de arte vem sofrendo novos significados de forma e conceito. O que parecia mimeticamente representação havia também questões bem mais que estéticas. Esse objeto sempre buscou sua funcionalidade dentro de um contexto social como foi à arte egípcia e romana na idade média (fins politico-religiosos); a arte grega (propaganda do belo para formação de corpos jovens e perfeitos cujo objetivo poderia ser os jogos olímpicos e preparação bélica); e renascentista ao pré-modernismo (ascensão da burguesia ao poder social). O poder tecnológico da historia da arte sendo mediado por outra força tecnológica criada para trazer o objeto de arte à apreensão do publico como ato normativo e de propaganda. Com isso, esse objeto, também vem sofrendo seus avanços com a mesma intenção de interação àquele, cuja mensagem deve ser transmitida. Vemos isso claramente em suas transformações estéticas e conceituais que é de bem antes das radicais transformações da própria revolução industrial. É claro que até esse momento não havia uma intenção tão radical dessa ruptura que culminou com a arte moderna dado que tais transformações foram pouco depois da tomada social da classe burguesa e da posterior crise do museu. Isso mostra que a própria arte, para se adequar as transformações de toda a história do homem, ela própria vinha transformando todo o seu aparato tecnológico para se adequar sempre a um novo público. O próprio museu teve que mudar suas características arqueológicas como catalogador de objetos exóticos que nada mais eram que pilhagens de guerra vinda de países colonizados por seus colonizadores. O museu passa a servir como expositor de obras de seu próprio tempo a partir da era industrial. Mais do que isso, ele se vê obrigado a quebrar a linha histórica dessa catalogação também devido ao surgimento da galeria. Mesmo assim, ainda havia certo conservadorismo que mantinha este distanciamento do publico com a obra de arte. Eis um trabalho de Land Art de ROBERT_SMITHSON
. ao clicar em seu nome você terá acesso a um site.__ _
No texto _A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica_, Walter Benjamin, através do surgimento da fotografia vai falar da quebra dessa aura que envolvia a obra de arte, principalmente das obras clássicas. No outro extremo da história da arte o _site specific _parte para o campo ampliado da galeria como interação espacial. Apreendendo inclusive o que estaria fora do cubo branco. Lá, ele encontraria um diálogo com a _land art_. A obra não só se adaptaria ao espaço do cubo como, além da apreensão de uma arte urbana, interagiria com o próprio ambiente. A fotografia, outro aparato evidente e objeto de inúmeras discussões na História da Arte, resgata a aura no plano subjetivo, ou seja, fora do objeto de funcionalidade e ainda mais, distante do que seria uma “possível origem” desse objeto. Em certos casos, a fotografia, mesmo em sua condição de registro, adquire ao mesmo tempo condição estética no mesmo momento. Como seria o caso de performances instalativas no próprio espaço de exposição. Mas esta quebra de Walter Benjamin seria tão retroativa a ponto de que o publico pudesse intervir nas obras anteriores a este momento de seu texto? Ou então, a partir de agora, as obras subsequentes estariam em aberto à interação direta do publico? _AVANÇO TECNOLÓGICO DE INTERAÇÃO ARTE PÚBLICO:_ vanguarda GRUPO DO ROSÁRIO (participação não consciente do público em performance arquitetada pelo grupo que na época eravanguardista).
A interação aqui entende-se não apenas no sentido de participação passiva, como vimos no texto O cubo branco, em que _Brian O’Doherty_, através de um trecho do livro de _Lucy R. Lippard_, o trabalho, que até então era um trabalho de arte experimental, do artista _Graciela Carnivale_ e de seu grupo de vanguarda Rosário, conta com a participação “não consciente” do publico no intuito de criar sentimentos negativos quanto ao que estavam sendo submetidos. Atitude essa que parece não fazer parte da concordância do próprio O’Doherty. Mas que não afasta a sua análise parcial, colocando inclusive no ponto de do expectador quando diz: _“Ao transformar o que está na galeria – que resiste transformação – nós nos tornamos criadores facilmente. Nisso, somos nós mesmos tornados arte, afastados da obra mesmo quando a transformamos.” (pag.116)._ Sim, fica-se claro que a própria obra de arte precisa se adaptar. Transcender para outro plano. _Marcel Duchamp_ põe todas estas questões em cheque quando questiona o espaço da obra de arte no lugar de exposição. Mas voltando a Walter Benjamin, seria a fotografia como cópia e perpetuação do ato do artista, como bem vemos registros de suas performances que o próprio Benjamin legitima ou a própria interação publico obra que aparentemente o cubo branco libera seriam sintomas de transcendência tecnológica? Ao que parece, a obra de arte se popularizou com o advento da internet. Bem antes disso, trouxe a visualidade aos livros e depois disso, as aulas sobre arte tornaram-se também visuais. Talvez esse tenha sido o beneficio de apreensão imediata sobre o que antes, estava até mesmo distante do imaginário de grandes teóricos da história da arte. Mas também é bem claro que o publico de uma forma geral, mesmo com este distanciamento de pedestal das obras dito eruditas, a imagem disseminada jamais poderia suprir a experiência do devir diante dessa obra intocada que até então permanece intocada por questões de sua própria fragilidade diante do tempo. Sua aura sofre o desgaste pela própria exposição como cópia da cópia no mundo tecnológico. Porém, a experiência de se estar diante da obra clássica ou pós-clássica, jamais seria substituída e se esta experiência como tal não sofre tal despensa, a obra de arte ainda mantém sua aura de conservação temporal sem contar, é claro, da própria experiência acima mencionada do estar diante da pincelada do artista. Enquanto isso, no cubo branco, a relação do publico com o objeto parece ser uma troca pela experiência da performance como foi experimento do Rosário e o resultado foi que “_Os ocupantes da galeria vazia assumiram a condição de arte, tornaram-se objetos de arte e se rebelaram contra seu status. Durante uma hora houve uma transferência do objeto (onde está a arte?) para o sujeito (eu).” (pag.119)._ _Marcel Duchamp foi bem mais longe do que apenas questionar a materialidade do objeto estético do objeto funcional dentro da galeria de arte. Ao expor sua “A Fonte“,
ele também nos obriga a questionar a própria espacialidade do objeto de arte dentro e fora da instituição._ Sem um acordo prévio entre o artista e publico não há pacto. Como essa troca se deu sem esse pacto? Pelas emoções exploradas do publico que se submeteu pela total ignorância. No meu entendimento sobre o texto de _Brian O’Doherty_, ele levanta a questão ética neste ato em si parecem que foram, de alguma forma, perturbadas colocando a relação público artista numa atmosfera densa mesmo após a experiência. _ESPETACULARIZAÇÃO: TÉCNICA X POÉTICA.__ _
Todo o sistema institucional promovido pelas galerias, museus e exposições em geral teve o seu potencial adquirido ainda com os avanços tecnológicos cujo simulacro substituiria a experiência real ao expectador abolindo a impressão do primeiro momento: o devir (ou o espanto). Vê-se que essa quebra da própria desconstrução do expectador como decodificador de sua própria subjetividade relacionada ao devir do objeto de arte, passa-se a ficar comprometida, sujeitando-o aos novos códigos, geralmente imposta por uma teoria da arte que somente dessa forma tal objeto teria “efeito” sobre seu publico. Se com a quebra da aura o objeto de arte passa a depender de um significado além de sua fisicalidade, aqui a sua representação como potência estimuladora passa a depender não mais da sensibilidade subjetiva do seu publico, mas de todo um aparato de códigos estipulados por um determinado pacto social e de igual forma seus agentes simuladores (ferramentas e programações tecnológicas) passam a propor novas experiências externas que vão atingir os sentidos, só que apartados da sensibilidade poética. _“toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo que era vivido diretamente tornou-se uma representação.” Guy Debord – sociedade do espetáculo(pag.13)._
A representação sobrepõe, em fins de imponência a anulação de qualquer sentimento interiorizado. As simulações servem para manter a interação da rede de indivíduos. _CÓDIGO COMO RELAÇÃO DE PODER. ISSO É INTERAÇÃO? – AS TEORIAS DA ARTE COMO EFEITO AO SEU PUBLICO:_ Site Specific, está sempre ligado ao termo técnico “instalação” detectável nas legendas das obras de arte dentro da galeria. clicando aqui você conhecerá algumas obras relacionadas ao acessar outro site. Se espetáculo é o convite dessa interação, a questão “artista-sujeito-objeto-publico=manipulação”, deixa de ser a real preocupação. Uma nova relação está estipulada na arte contemporânea. Porem não é suficiente para dialogar com a pluralidade que o publico possa vir a ser: _A própria separação faz parte da unidade do mundo, da práxis social global que se cindiu em realidade e em imagem. A prática social, diante da qual se coloca o espetáculo autônomo, é também a totalidade real que contém o espetáculo. Mas a cisão dessa totalidade a mutila a ponto de fazer parecer que o espetáculo é seu objetivo. A linguagem do espetáculo é constituída de sinais da produção reinante, que são ao mesmo tempo a finalidade ultima da produção. Guy Debord – sociedade do espetáculo (pag.13)._ O próprio espetáculo é o resultado de sistemas cada vez mais impenetráveis que também são resultantes de um sistema ainda maior: o capitalismo. Também para _Pierre Bourdieu,_ a indústria do espetáculo já possui seu publico alvo cujo critério se faz necessário de um capital prévio. O capital herdado ou um capital adquirido pelas instituições de ensino e em especial as acadêmicas. Sem esses critérios, a própria falta de esclarecimento na própria legenda da arte compromete esta possível “interação” o que pressupõe quebras de velhas etiquetas herdadas do conservadorismo erudito museológico. Além disso, a própria exclusão de um determinado público que ainda se mantem distante das exposições por ainda não pertencer a este seleto grupo detentores de tais códigos. Compromete-se, assim, o que Burdieu chama de “necessidadecultural”.
_O que é raro não são os objetos, mas a propensão em consumi-los, ou seja, a ‘necessidade cultural’ que, diferentemente das ‘necessidades básicas’, é produto da educação: daí segue-se que as desigualdades diante da Escola que cria a ‘necessidade cultural’ e, ao mesmo tempo, oferece os meios para satisfazê-la.” Pierre Bourdieu – obras culturais e disposição culta. (pag.69)._ Mesmo assim, não fica claro o limite de interação objeto publico, mesmo para àqueles que detêm tais códigos. O artista contemporâneo se distancia de seu publico. Tem como intermédio as instituições (galeria e museu) e a curadoria. Vemos que a legenda se perde neste diálogo, gerando equívocos e o que era para ser integrado passa a ser restrito. Assim como é restrito a um determinado publico diante de um sistema que o separa tanto espacialmente quanto fisicamente da obra de arte, temos um publico inserido no sistema, mas que ainda não entende do porquê do mesmo objeto de arte o convidar a interação num determinado momento e no outro estipular uma zona de distanciamento. Nos dois casos, quem ainda sai perdendo é o primeiro publico que diga-se da passagem não ser verdadeiramente um publico, mas uma classe a parte do sistema, mas que faz parte de um outro tipo de espetáculo. De um outro simulacro._CONCLUSÃO:_
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Diante de um sistema pré-determinado de “interação” publico-obra-publico, o artista fica fora do ciclo. Mantém o distanciamento de uma relação que não lhe é mais pertinente. Em seu lugar, a “espetacularização” é o instrumento que cabe às instituições, esses, cada vez mais competentes dentro desse sistema, como museus, galerias e curadoria. No entanto, a falta de clareza nessa espetacularização deixa lacunas nesta interação: O artista abandona a _põesis_ e se aprofunda na pura _tèknê _jogando para o conceito o debate de sua obra. Entendo aqui que com os avanços tecnológicos na pré e pós-revolução industrial ficar-se-ia evidente que os sistemas do mundo da arte caminhariam bem mais para além da contemplação. Porém, este próprio sistema de artes parece não conter uma verdadeira evolução ou transcendência nas ciências humanas quando tratamos que seu circuito permanece fechado para determinadas classes sociais (e em especial as classes socioeconômicas menos privilegiadas). A sua divisão do que seria essa arte, distanciada do popular através desses códigos herdados (familiar) ou apreendido (academia) se contradiz com a pretensão de necessidade cultural ou “circuito aberto”. Tendo em vista que esbarramos dentro de um sistema histórico de não manutenção de ensino fundamental e fomentação cultural. A interação por ser interação precisa começar explicitando sua legenda e realmente tratando um diálogo entre seu publico diante de uma formação seja pela educação ou simplificação de seu próprio código. Para isso, seria preciso rever seu conceito de “circuito aberto”. A tecnologia seria o instrumento para a viabilizar esseentendimento.
A problemática da falta de entendimento do público com a arte contemporânea no que tange sua interatividade parece estar bem mais além do que o capital cultural adquirido.Seria a falta de legenda “no rodapé” da própria obra de arte?_BIBLIOGRAFIA:_
_No interior do Cubo branco;_ _O’Doherty, Brian;_ _A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica; Benjamin,Walter;_
_Minidicionário da língua portuguesa; Bechara, Evanildo;_ _Sociedade do Espetáculo; Debord, Guy;_ _Obras culturais e disposição culta; Bourdieu, Pierre;_ _A distinção; Bourdieu, Pierre;_ _Sobre as ruínas do museu; Grimp, Douglas._ETIQUETADO costumes
,
língua portuguesa
,
museu ,
obra de arte
,
tylor ,
walter benjamin
ago 08 2012
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O CRIME DO FUNK CARIOCA _“O FUNK NÃO É MODISMO_ _ É UMA NECESSIDADE_ _ É PRA CALAR OS GEMIDOS QUE EXISTEM NESSA CIDADE”- RAP DO SILVA_Bob Rum
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Se existe algo perigoso no funk carioca é porque ele reclama sua própria existência. Seu grito é o grito dos despossuídos. Dos sem teto. Dos assalariados. Dos indigentes que são encontrados sem vida (desvalidos) por nossa cidade, produtos da _urbe_. É também o grito de nossos ancestrais que foram torturados e martirizados nas obscuras senzalas suburbanas de nossa “cidade maravilhosa” em séculos passados. É também uma mistura de ritmos de várias épocas e vários lugares. Uma espécie de mixer. Este grito é como a vida. Ela é mortal; o funk também é. Ela é sensual; o funk o é. Ela é fome assim como o funk. Seu sensualismo é tão erótico, mas tão explicitamente erótico que nos faz virar a face para o outro lado. Ele nos faz encarar aquilo que tentamos ocultar em nossas vestes morais. Das mascaras de nossos pudores somente revelados em nosso âmbito privado. E aqui não só se revela o erótico, mas a face dos vícios. Daquilo que realmente somos. Os monstros põem as mascaras pra não serem revelados pela luz prateada do luar social. Poucos possuem esta coragem. A grande maioria se esconde em grotescas caricaturas do permanente. Agem como idolatras do absolutismo pós-modernista. Nada mudou. Os preceitos foram quebrados para se erigirem novos preceitos. Estes, mais resistentes e inabaláveis. A libertinagem do funk carioca é tudo que queríamos viver como viveram os antigos. Essas civilizações menos pudicas que agora se encontram refletidas nos ritmos frenéticos dos corpos. Corpos que libertam nossa sexualidade oprimida. Aí está o perigo. Um perigo que preocupa as autoridades puritanas e outras entidades mais conservadoras. Por isso, esta associação com determinadas atitudes criminosas como se a musica fosse de fatocombustor desta.
Mas não é a primeira vez que a musica, que na verdade nos inspira seja qual for a sua natureza, tem seu papel de pivô. Basta dar uma boa olhada em nossa história ao depararmos com a musica punk, o _ska_ e tantos outros ritmos que um dia foram ou ainda são underground. Seria o funk carioca a nossa real libertação? Não creio tanto. Mas creio que ele nos libera de fato. Nos libera não somente de nossos pudores, mas de nossa própria existência. Porque ele também é queda e principalmente morte. Porque o prazer é morte. É ruptura dos sentidos exaustos por irradiarem-se. É o nosso aniquilamento sem metafísicas, mas dentro da metafísica. É a morte como fim e exclusivamente o fim e paradoxo com a vida. Com ele (o funk), esta ambigüidade metafísica se anula com toneladas de chumbo em nossas cabeças. Não há, de fato, metafísica e muito menos metáfora nisso. O funk carioca é a canção do sexo e da morte. No tiro do fuzil e no sensualismo semi-erótico das cinturas, pélvis e bumbuns cariocas. Ele nos oferece prazer, mas nos dá também a dor. Nos dá a diversão, mas também o aniquilamento. Há uma liberdade nisso que está fora de qualquer estratificação social. Eu ainda ouso dizer que não tenho competência para falar sobre isso. Ainda sou cheio de pudores socioculturais embora muito dos adeptos do funk o são e o tem como um rito dessa já mencionada libertação (e liberação). Ainda assim eles possuem mais coragem do que eu e você juntos. O funk carioca é responsável pela violência que assola nossa cidade? A única coisa que eu tenho certeza é que não é a musica que aperta o gatilho contra as nossas cabeças. São na verdade, nossas próprias cabeças. Alimentadas por nossas índoles. ETIQUETADO o ato criminoso do funk,
Rio de Janeiro.
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